Ao álbum de recordações do Moinho, chegou esta bela foto relembrando as salineiras. Trabalho árduo este que era executado quase exclusivamente por mulheres. O carrego do sal à cabeça, em grandes cestas, era feito quase sempre em condições penosas de trabalho intensivo, das salinas para os armazéns e destes para os barcos. Como se tratava de uma actividade sazonal, algumas mulheres acumulavam-na com outra. Mas algumas apenas viviam desta actividade, que se resumia a dois a três meses por ano, dependendo das condições atmosféricas serem ou não favoráveis. Muitas vezes as cestas vazias serviam para transportar seus filhos, ainda crianças, por não terem com quem as deixar. São salineiras de Vila Verde, a quem o Moinho presta a sua homenagem, relembrando-as ao fim destes já longos anos. Revejam-nas e identifiquem-nas. Quem sabe se certamente encontrarão alguma familiar ou conhecida.
3 comentários:
Quem como eu aprendeu a nadar na borda do rio, rever esta foto é reviver tempos idos, que jamais volveram.
Apesar disso, anda bem me lembro de algumas das fotografadas. Lá desçam elas da encosta, chamando-se umas às outras, à medida que passavam de fronte das suas portas. De cestas debaixo dos braços, normalmente roendo uma peça de fruta, na tentativa de restabelecerem as forças, muitas delas já num nível baixo, porque a vida começava bem cedo, nas culturas agrícolas.
Passada a passagem de nível, observavam sempre a posição do barqueiro, que em função das horas das marés, esperava ora no esteiro ora na orla do rio e, nós ou no greiro ou na cabeça, com ou sem bola lá prosseguíamos com o nosso e bem próprio veraneio.
A lama, essa era quase sempre motivo de barulho, porque se a barca não tivesse bem posicionada era fundamento para levantar a vós e fazerem-se ouvir diante dos homens presente e quase sempre com os respectivos palavrões da ordem.
Entre risos e caral....as, lá se acabavam por acomodar nos paneiros da barca de passagem, que quase sempre à vela rumava à ínsua da Morraceira.
Grandes tempos, claro para a malta da escola, porque para elas não foram tão bons assim….
Lembro-me muito bem da faina de tirar o sal.Também a minha AVÔ, a minha MÂE,eTIA andaram com estas cestas "monstras" á cabeça!Meu Deus! quem é que agora se atrevia a carregar tal pesso?nós concerteza não!arreávamos lougo!Realmente eram "grandes"mulheres!!!Reconheci algumas; outras não me lembro!Mas, a todas elas um grande bem haja estejam elas onde estiverem!!!Estas sim!eram as SALINEIRAS
Essas mulheres, de certeza conheci a todas e com todas convivi. Enchi muito sal e coloquei muitas cestas na cabeça delas com aquela jinga especial para não derrubar o sal. Muitas ou todas tiravam o sal na salina que o meu pai explorava. Serviço árduo. Ás que por aí ainda estiverem, um abraço.
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