" Portugal é o país europeu que investe menos na formação profissional".
Segundo um estudo do "Orientações Perante o Trabalho e Relações Laborais", revelado recentemente, que analisa 10 países europeus, as administrações e empresas públicas registam percentagens elevadas de investimento na formação, 59% e 57%, respectivamente, enquanto em Portugal os valores são significativamente mais baixos: 36% e 39%. No sector privado, os valores são mais baixos do que estes, mantendo-se o acentuado fosso entre a Europa e Portugal, onde os empregados registam scores de 38% e 19% respectivamente. A Grã-Bretanha com 61%, a Dinamarca com 60% e a Eslovénia com 53 %, são os países que mais apostam na formação profissional.
O estudo observa também que quanto maior é o nível de habilitações escolares, maior é a quantidade de trabalhadores que beneficiam de formação profissional. Quanto mais qualificação, mais formação recebem.
Este estudo decorreu em Portugal entre Outubro de 2006 e Fevereiro de 2007. Os países em análise foram além dos indicados: Irlanda, Suécia, Alemanha, França, Hungria e Espanha.
Significativo, não é. A questão não se resolve como é evidente distribuindo certificados com o programa "Novas Oportunidades". Simplex, não é?
9 comentários:
O grande problema das empresas portugueses é vêem a formação como um custo e não como um investimento. Enquanto deveriam formar os seus colaboradores nas respectivas áreas, que por vezes são somas avultadas, certamente sai mais barato gastar as horas de formação a dar um curso de excel ou word, do que em áreas técnicas em que o trabalhador até podia aumentar o desempenho na empresa.
De facto concordo com o João Fernandes. Para a generalidade do empresário português a formação é um custo e não um investimento. Mas há ainda outro problema...Quem, em Portugal, é que dá formação de qualidade em áreas técnicas?
Amigo Moleiro, participei no processo RVCC, e não concordo com os ditos e comentários.
Aproveito a oportunidade para dizer ao Sr. Paulo Bernardes que não sei o que considera quase analfabetos: se uma pessoa que não sabe ler ou escrever, se uma pessoa que tem a 4ªclasse, o 6º, ou o 9º ano; mas sempre lhe digo, conheço alguns quase analfabetos, com conhecimentos de fazer inveja a muitos Dr.
Sr. Paulo Simões,
Nos dias de hoje o analfabetismo reveste-se de muitas formas. Tradicionalmente, analfabetos são (ou eram) aqueles que não sabem ler nem escrever. Lamentavelmente, nos dias que correm, muitas pessoas com 4º ano (e mais) não sabem nem ler nem escrever. Profissionalmente deparei-me com alguns casos destes. Oficialmente eram pessoas que tinham o 6º ano (com diploma e tudo), mas na verdade mal sabiam ler e escrever. No entanto foram vítimas do sistema de ensino que os ia "empurrando" para níveis mais elevados e, mais, que atestava conhecimentos que não tinham. Digo-lhe até mais, tive alunos no ensino superior que não sabiam o que era uma "regra de três simples".
Alguns colegas meus do Instituto de Estudos da Criança que acham até que nos dias de hoje "info-exclusão" se pode confundir, ou em certa medida é um tipo de "analfabetismo". De certa forma, concordo com eles.
Ainda bem que conheçe alguns quase analfabetos com conhecimentos de fazer inveja a muitos Dr. Eu conheço (conheci, porque a pessoa em questão já faleceu) analfabetos com sabedoria de fazer inveja a muito professor catedrático. Mas aquilo que diz relativamente aos "quase analfabetos" vai de encontro ao que eu defendo: cada pessoa vale não pelo conhecimento que tem, mas por aquilo que faz do seu conhecimento.
Digo-lhe também que há escolas onde o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências está a ser levado muito a sério. Outras...
Pelo que me apercebi do comentário do Sr. Paulo Simões, terá havido algum melindre provocado pelo meu comentário ao post "Se conduzir...".
Quero esclarecer, que não era minha intenção ferir a susceptibilidade de ninguém, até porque o "post" estava classificado com a etiqueta "humor".
A todos quantos se possam ter sentido ofendidos, o meu sincero pedido de desculpas...
A questão relacionada com a formação profissional, não se resolve de maneira nenhuma com a entrega de certificados do programa Novas Oportunidades!
Pois, uma coisa, é uma coisa, outra coisa, é outra coisa (não deveria ser eu a tentar explicar isto, uma vez que sou quase analfabeto, que me desculpem os Srs. Dr. e os Srs. Catedráticos, por erros ortográficos, ou de pontuação que poção surgir; a minha profissão esta mais vocacionada para trabalhar com chaves de fenda, alicates, martelos, marretas, e deves em quando também bato pur letra…).
Uma coisa é, formação profissional: Aprender e melhorar, conhecimentos relacionados com a nossa profissão.
Outra coisa é, Novas Oportunidades (Processo RVCC): Entende-se como o próprio nome indica, que se trata de reconhecer, validar, certificar as competências que se adquirirão ao longo dos anos.
Mas sempre deixo a minha opinião em relação á formação profissional; entendo que é fundamental nos dias de hoje para qualquer técnico (técnico de profundidades, trolha, canalizador, carpinteiro pintor, estucador, etc.), a sua actualização a nível profissional, e deixo aqui um desafio: onde estão estes formadores? Quais as áreas de ensino que frequentarão para poder dar formação a estes técnicos?
Para dar formação para estucador, já sei onde encontrar um, é do nosso conselho, e sempre o conheci a trabalhar numa oficina de automóveis, até ser Presidente de uma Junta de Freguesia.
ÁÁÁÁÁ POOOOIS É
Bem, no meu comentário também não digo que o programa das novas oportunidades confere formação profissional :-)
As novas oportunidades são isso mesmo: uma nova oportunidade de obter uma habilitação que não tem. E não tem essa habilitação porquê? Talvez porque quando era novo se esteve a "borrifar" para os estudos, ou porque teve de começar a trabalhar cedo ou porque simplesmente não gostava de estudar... cada um sabe de si. Mas agora tem uma "nova oportunidade" para minimizar esse contratempo do passado. Se a forma como tudo isto acontece é a mais correcta? Cada um terá a sua opinião...
Sr. Paulo Bernardes, eu também não disse, que o Sr. Comentou, o que quer que fosse! Ou disse?Já agora posso dizer-lhe o seguinte: se abandonei a escola aos 14 anos para trabalhar, foi por necessidades, (quem me conhece sabe das dificuldades por que passou a nossa família, pobre mas honesta) espero que não tenha sido o seu caso, pois só quem passa por elas, pode dar o devido valor.Não estou nada arrependido, de me ter cagad… para a escola, ou simplesmente não gostar de estudar, (pois poderia ter estudado á noite, ou por correspondência) se continua-se: possivelmente hoje seria mais um Dr. a dar serventia a …, ou seria mais um funcionário público a espera da reforma.Mas não pense que me acomodei, desde que comecei a trabalhar, frequentei várias formações, que me deram acesso a inscrição como técnico na, Direcção Geral de Energia e na ANACOM.Formação de Infra-estruturas de Telecomunicações em edifícios tendo obtido a classificação final de Muito Bom.Formação Técnica de caldeiras de aquecimento central, Domusa, realizada em Errezil-San – Esteban Espanha.Provas especiais de avaliação para, técnico responsável de instalações eléctricas, na Escola Secundária de Avelar Brotero Coimbra.Participações anuais nos seminários promovidos pela Certiel.Instalador homologado e qualificado, para a instalação de sistemas Uponor.Conclui o 9º ano de escolaridade através do programa Novas Oportunidades, promovido pelo, CNO Dr. Joaquim de Carvalho.Mais teria para lhe dizer do meu curriculum, mas nunca deve-mos dizer tudo, (digo Eu) pois para a próxima nada teríamos para dizer.Como o Sr. diz e bem, cada um tem a sua opinião, (já lá vai o tempo, em que as pessoas tinha medo até de pensar) se quiser saber a minha, terei todo o gosto.Aproveito a oportunidade para dizer que amanhã, sexta-feira, no salão de festas da Escola Dr. Joaquim de Carvalho, haverá uma cerimónia para a entrega dos diplomas aos participantes do programa Novas Oportunidades.
Caro Sr. Paulo Simões,
Não sei bem porque razão, mas neste bendito "Moinho" a minha "farinha" fica sempre mal moida, ou seja, fico sempre com a sensação de que os meus comentários nem sempre atingem os seus fins...
Vou tentar explicar...
Quando, num "post" com a etiqueta "humor", fiz o comentário acerca do programa novas oportunidades, este surgiu na sequência de um comentário de alguém que achava que na GNR muitos eram uns "quase analfabetos". Não tenho ABSOLUTAMENTE NADA contra o programa e muito menos tenho o quer que seja contra quem o frequentou, frequenta ou quer vir a frequentar. Acho que as oportunidades são para aproveitar. Parece-me, no entanto (porque conheço algumas situações aqui no Minho), que este programa não está a ser bem aplicado em todos os lados. Esta má aplicação não sei se é regra ou se é excepção, porque não conheço todos os casos.
Sr. Paulo Simões nem eu afirmo que o Sr. disse que eu tinha comentado o quer que fosse. Apenas reforço que, no âmbito deste "post", não tracei nenhum paralelismo entre "novas oportunidades" e "formação profissional". E depois, de uma forma generalista, não referindo ninguém, digo o que entendo ser uma das motivações do programa e a quem ele se destina.
O Sr. teve a amabilidade de me explicar por que razão deixou de estudar aos 14 e aderiu ao programa novas oportunidades. Há um aspecto que temos em comum: ambos começamos a descontar para a segurança social aos 14 anos. E já fiz um pouco de tudo, desde ajudante de electricista até servente, passando também uma temporada a carregar e descarregar camiões com sacos de bacalhau e de caras de bacalhau, às costas.
O meu restante CV fica para uma próxima oportunidade ;-)
Por mim, a sua opinião é sempre muito bem vinda, mas o sr. é que saberá se a quer partilhar neste espaço ou não.
Folgo também em saber que a Escola Dr. Joaquim de Carvalho tem sucesso no projecto das novas oportunidades. A Joaquim de Carvalho foi a minha escola, sai de lá à 21 anos e recentemente fui lá dar uma conferência que procurava mostrar como a matemática se aplica às ciências sociais e humanas.
Se vai receber o seu diploma, os meus sinceros parabéns e se vir utilidade no programa, avance para o 12º. O saber não ocupa de facto lugar e a forma como nós aplicamos os conhecimentos adquiridos é a base do nosso valor pessoal.
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