Portugal em plena crise, tolhido de frio e à espera que a sua última nau afunde com todos nós lá dentro, vai assistindo à tomada dos barcos salva-vidas pelas eminências pardas que lançaram a nau para este rumo de perdição... Ao grito de mulheres e crianças primeiro, respondem, já bem sentadinhos nos seus botes de luxo, que não há direito nem moral nesta nau catrineta e que é uma vergonha. Os outros náufragos assistem indolentes a este assalto aos lugares de salvação, habituados que estão a verem as coisas funcionarem assim. O Capitão, o Imediato e os oficiais de bordo sabem que é assim e que serão eles a garantirem-lhes a salvação depois do barco afundado. Que se conheça não há náufragos destes na miséria, pelo que o fechar de olhos hoje é garantir um dos melhores lugar no amanhã. Sabem as regras, aprenderam há muito tempo que não há lugares para todos nos botes do Titanic, pelo que olham para o lado e assobiam descansados: o futuro sorri-lhes...
5 comentários:
Só que, lamentavelmente, nesta "nau catrineta" que se afunda, o "capitão", o "imediato" e os "oficiais de bordo" não são os últimos a abadonar, mas antes os primeiros, garantindo também eles um confortável lugar nos botes de salvamento.
O Armando Vara não é do PS ?
Mas aqui a culpa será do beneficiado? Ou de quem o beneficiou?
;-)
Lendo a artigo do Público na íntegra, parece que é costume este tipo de situações acontecerem na CGD. Por isso, ao longo dos anos, todos têm “mamado” sejam do PS do PSD ou de quaisquer outros partidos. O pior é os sucessivos governos continuarem a pactuar com esta situação, pois a CGD é do Estado. São este tipo de situações que levam ao descrédito nesta nova geração de políticos. É certamente também por situações como esta, que Salazar foi escolhido como o "grande português do século xx"...Para o amigo Paulo, a culpa é de quem beneficiou, mas também de todos aqueles que pactuam e pactuaram com esta situação e Armando Vara não foge à regra ;-)
Confesso que o facto de o Doutor Oliveira Salazar ter ganho a votação no Concurso “Grandes Portugueses” me deixou bastante admirado/intrigado... Mas acredito que, também durante a ditadura, situações como está poderiam acontecer. Custa-me acreditar que os gestores públicos durante a ditadura fossem um “poço de virtudes”. Mas os “media” eram muito mais controlados (para não chamar uma palavra feia) e noticias como esta não seriam divulgadas com facilidade.
Também não sei se esse “costume” da CGD se reveste de alguma ilegalidade, mas atrevo-me a classificar esse “costume” de imoral e eticamente reprovável.
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